1 - SITUAÇÃO METEOROLÓGICA:
De acordo com a informação disponibilizada pelo IPMA, salienta-se para os próximos dias:
- Precipitação:
- Regiões Norte e Centro: Hoje, precipitação por vezes forte, passando a aguaceiros. Amanhã, dia 09, aguaceiros (por vezes fortes) de granizo e com possibilidade de ocorrência de trovoada;
- Região Sul: períodos de chuva que podem ser localmente intensos, passando depois a regime de aguaceiros;
- Vento até 30 km/h de sudoeste, mais intenso na faixa costeira e nas terras altas das regiões do Norte e Centro;
- Ondas de oeste de 4 a 4,5 metros.
Informação hidrológica
De acordo com a informação hidrológica disponibilizada pela APA, verifica-se o seguinte:
- Bacia hidrográfica do Lima: Os caudais na sub-bacia do Vez irão subir, mas sem impactos significativos. Não são expectáveis situações críticas no Lima.
2 - EFEITOS EXPECTÁVEIS:
Nos meios urbanos, a ocorrência de elevadas quantidades de precipitação, origina o arrastamento de detritos e a sua deposição nas embocaduras dos sistemas de águas pluviais, provocando a obstrução dos canais de escoamento, com a consequente acumulação de água, que poderá provocar cortes de vias de comunicação ou mesmo inundações nos pisos mais baixos dos edifícios.
Nos cursos de água (rios e ribeiras), a precipitação elevada pode originar o galgamento das margens devido:
- Ao arrastamento e deposição de materiais sólidos, sobretudo em zonas onde se verifica a existência do “estrangulamento do leito”, nomeadamente devido a passagens hidráulicas;
- Ao acumulado de água, por conta dos eventos de precipitação anteriormente verificados;
- Ao assoreamento dos leitos, que poderá originar a diminuição da capacidade de vazão das linhas de água e da capacidade de armazenamento nas albufeiras;
- À falta de obstáculos à progressão da água nas bacias drenantes e à incapacidade de retenção da precipitação no coberto vegetal.
Os efeitos esperados e com maior impacto serão:
- A ocorrência de inundações em zonas urbanas, causadas por acumulação de águas pluviais por obstrução dos sistemas de escoamento;
- A ocorrência de cheias, potenciadas pelo transbordo do leito de alguns cursos de água, rios e ribeiras;
- A instabilidade de vertentes, conduzindo a movimentos de massa (deslizamentos, derrocadas e outros) motivados pela infiltração da água, podendo ser potenciados pela remoção do coberto vegetal na sequência de incêndios rurais, ou por artificialização do solo;
- O arrastamento para as vias rodoviárias de objetos soltos, ou o desprendimento de estruturas móveis, por efeito do vento forte;
- A formação de lençóis de água e o piso rodoviário escorregadio;
- Possíveis acidentes na orla costeira;
3 – MEDIDAS PREVENTIVAS:
Com base nos impactos previstos, a adoção de comportamentos pró-ativos e responsáveis, serão a forma mais eficiente e imediata, de mitigar os efeitos das condições meteorológicas que farão sentir nas próximas horas.
Adoção de medidas de autoproteção por parte do cidadão:
- Adotar uma condução defensiva, reduzindo a velocidade e tendo especial cuidado com a possível formação de lençóis de água nas vias rodoviárias;
- Assegurar a desobstrução dos sistemas de escoamento de águas pluviais dos quintais ou varandas e a limpeza de sarjetas, algerozes e caleiras dos telhados de habitações;
- Não estacionar em zonas com histórico de inundações;
- Não atravessar zonas inundadas, de modo a precaver o arrastamento de pessoas ou viaturas para buracos no pavimento ou caixas de esgoto abertas;
- Ter especial cuidado na circulação e permanência junto de áreas arborizadas, devido à possibilidade de queda de ramos ou árvores, em locais de vento mais forte;
- Ter especial cuidado na circulação junto a zonas ribeirinhas historicamente mais vulneráveis a fenómenos de transbordo dos cursos de água;
- Ter especial cuidado na circulação e na permanência junto da orla costeira;
- Estar atento às informações da meteorologia e às indicações da Proteção Civil e Forças de Segurança.
A ANEPC recomenda aos Serviços Municipais de Proteção Civil (SMPC) a tomada das necessárias medidas de antecipação, para a mitigação dos efeitos anteriormente identificados, com especial atenção para as zonas com maior risco, nomeadamente nas inundações em zonas urbanas, causadas por acumulação de águas pluviais:
- Verificação dos sistemas de drenagem urbana, procedendo sempre que necessário à sua limpeza e desobstrução;
- O reforço da informação aos cidadãos, para que assegurem desobstrução dos sistemas de escoamento de águas das suas propriedades e/ou habitações;
- O reforço da informação aos cidadãos no que diz aos riscos associados à circulação rodoviária, promovendo a adoção a uma condução defensiva;
- A Restrição dos movimentos de veículos e de pessoas apeadas, nas zonas potencialmente afetadas, ao mínimo possível.
A Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil apela para a necessidade de cumprimento dos conselhos que constam deste comunicado técnico, solicitando a todos que adotem e difundam as medidas preventivas divulgadas, com vista à mitigação dos riscos descritos, garantindo desta forma a salvaguardar e a proteção dos cidadãos e dos seus bens.
Acompanhe as previsões meteorológicas em www.ipma.pt