Aviso à População: Precipitação e precipitação sob a forma de Neve

fevereiro 23, 2023

1 - SITUAÇÃO METEOROLÓGICA:

De acordo com a informação disponibilizada pelo IPMA, salienta-se para as próximas 48 horas:

  • Períodos de chuva ou aguaceiros, que serão de neve acima de 600/800 metros de altitude (com acumulados até 10 cm no norte e centro no sábado), para 800/1000 metros a partir da tarde com diminuição gradual de frequência e intensidade, e acima de 800/1000 metros na região Sul. Possibilidade da cota da neve baixar temporariamente para 400/600 metros de altitude na noite de sexta-feira dia 24 para sábado dia 25.
  • Possibilidade de ocorrência de trovoada e queda de granizo, em especial amanhã dia 24.
  • Formação de gelo ou geada, em especial no interior Norte e Centro, com maior impacto amanhã sexta-feira dia 24.
  • Descida gradual de temperatura até amanhã, com aumento do desconforto térmico, em especial no dia de hoje pelo vento mais intenso. Valores mínimos abaixo da média para a época do ano, com a temperatura mínima no sábado entre 0 e -6ºC no interior norte e centro e entre 1 e 4ºC nas cidades junto à costa norte e centro. Subida temporária no domingo com possibilidade de nova descida no início da próxima semana. Vento de norte/noroeste por vezes forte no litoral e nas terras altas do centro e do sul, rodando para o quadrante oeste na tarde de dia 24. Hoje com o vento mais intenso, de norte/noroeste, sendo forte até 45 km/h no litoral oeste e nas terras altas, em especial do Centro e Sul, com rajadas até 60 km/h até ao meio da tarde.

 

2 - EFEITOS EXPECTÁVEIS:

Em função das condições meteorológicas presentes e previstas é expectável:

  • Piso rodoviário escorregadio por eventual acumulação de gelo, neve e formação de lençóis de água;
  • Possibilidade de queda de neve em áreas e a altitudes onde habitualmente não se verifica;
  • Possibilidade de cheias rápidas em meio urbano, por acumulação de águas pluviais ou insuficiência dos sistemas de drenagem;
  • Possibilidade de inundação por transbordo de linhas de água nas zonas historicamente mais vulneráveis;
  • Inundações de estruturas urbanas subterrâneas com deficiências de drenagem;
  • Dificuldades de drenagem em sistemas urbanos, nomeadamente as verificadas em períodos de preia-mar, podendo causar inundações nos locais historicamente mais vulneráveis; 
  • Danos em estruturas montadas ou suspensas;
  • Possibilidade de queda de ramos ou árvores, bem como de afetação de infraestruturas associadas às redes de comunicações e energia;
  • Fenómenos geomorfológicos causados por instabilização de vertentes associados à saturação dos solos, pela perda da sua consistência;
  • Desconforto térmico na população pela conjugação de temperatura mínima baixa e do vento.

 

3 – MEDIDAS PREVENTIVAS:

Com base nos impactos previstos, a adoção de comportamentos pró-ativos e responsáveis, serão a forma mais eficiente e imediata, de mitigar os efeitos das condições meteorológicas que farão sentir nas próximas horas. A ANEPC recomenda aos Serviços Municipais de Proteção Civil (SMPC) a tomada das necessárias medidas de antecipação, para a mitigação dos efeitos anteriormente identificados, com especial atenção para as zonas com maior risco, nomeadamente: 

  • Nas áreas, onde existe possibilidade de queda de neve
    1. Verificação dos sistemas de drenagem urbana, procedendo sempre que necessário à limpeza e desobstrução de vias, sumidouros, valetas e outros canais de drenagem, removendo folhas caídas das árvores, areias, pedras e outros detritos;
    2. Garantir a sinalização de vias bloqueadas ou locais críticos devido à queda de neve; 
    3. Garantir a desobstrução dos sistemas de escoamento das águas pluviais e retirada de inertes e outros objetos que possam ser arrastados ou criem obstáculos ao livre escoamento das águas do degelo;
    4. Prestar atenção aos grupos mais vulneráveis (crianças nos primeiros anos de vida, doentes crónicos, pessoas idosas ou em condição de maior isolamento, trabalhadores que exerçam atividade no exterior e pessoas sem abrigo).
  • Nas cheias motivadas pelo transbordo do leito de cursos de água agitação marítima
    1. Ter especial cuidado na circulação junto da orla costeira e zonas ribeirinhas historicamente mais vulneráveis a inundações rápidas;
    2. A desobstrução de linhas de água principalmente junto a pontes, aquedutos e outros estrangulamentos de escoamento; 
    3. A limpeza de linhas de água assoreadas;
    4. A limpeza dos resíduos sólidos urbanos (muitos deles de grandes dimensões) depositados nos troços marginais dos cursos de água;
    5. A verificação (e eventual reparação) de situações de desmoronamentos das margens das linhas de água, de modo a evitar obstruções ou estrangulamentos;
    6. A inspeção visual de diques, ou outros aterros longitudinais às linhas de água, destinados a resguardar os terrenos marginais;
    7. A identificação de novos “pontos críticos” (aglomerados populacionais, edificações, vias de comunicação, pontes/pontões, etc.).
  • Na instabilidade de taludes ou em movimentos de massa motivados pela infiltração de água, podendo ser potenciados pela remoção do coberto vegetal na sequência de incêndios rurais
    1. Efetuar a observação de taludes rochosos em que pode haver desmoronamento ou tombamento de blocos de rocha, devendo verificar-se o normal funcionamento das estruturas de escoamento (filtros, proteção de filtros, furos de alívio de pressão de água, etc.) e das estruturas de suporte para a estabilização de taludes (cortinas de cimento, gabiões de proteção, redes de proteção, etc.);
    2. Efetuar a observação de aterros e taludes de terra, tendo em atenção a existência de possíveis deformações (abertura de fendas que significam arrastamento de material), bem como de assentamentos devido às variações do nível da água nos terrenos;
    3. Efetuar a observação das zonas afetadas por incêndios rurais, uma vez que a redução do coberto vegetal pode potenciar movimentos de massa, com especial atenção para grandes blocos rochosos com sinais de exposição ao fogo e em posição instável;
    4. Sempre que as observações feitas suscitem dúvidas, devem ser comunicadas ao SMPC respetivo, de forma a serem desencadeadas formas de medição de parâmetros e de monitorização dos fenómenos de instabilidade.
  • No arrastamento para as vias rodoviárias de objetos soltos, ou ao desprendimento de estruturas móveis ou deficientemente fixadas, por efeito de episódios de vento forte
    1. Efetuar a verificação de todas as estruturas que, pelas suas características (dimensão, formato, altura desde o solo, resistência ao vento), possam ser facilmente arrastadas ou levantadas dos seus suportes, procurando garantir que resistem aos ventos fortes;
    2. Remover ou desmontar preventivamente as estruturas instáveis ou com potencial de risco, guardando-as em locais seguros sempre que ocorram ventos fortes previsíveis; 
    3. Ter especial cuidado na circulação e permanência junto das áreas arborizadas, estando atenta para a possibilidade de queda de ramos ou árvores, em locais de vento mais forte.
  • No reforço dos avisos de medidas de autoproteção aos cidadãos, para:
    1. Adoção uma condução defensiva, reduzindo a velocidade e tendo especial cuidado com a possível formação de lençóis de água nas vias rodoviárias;
    2. Evitar a circulação de vias afetadas pela acumulação de neve e quando isso não for possível adotar as seguintes medidas:
      1. Verificação do estado dos pneus e respetivas pressões;
      2. Transporte e colocação das correntes de neve nos veículos;
      3. Assegurar o abastecimento de combustível em níveis que permitam percorrer trajetos alternativos ou a permanência do veículo em funcionamento por longos períodos de tempo, em caso de retenção nas vias afetadas;
      4. Garantir que os sistemas de aquecimento dos veículos se encontram em bom estado de funcionamento;
      5. Providenciar alimentos adequados em quantidade e características, assim como medicamentos, de acordo com o número e tipologia de ocupantes dos veículos.
    3. Nas vias afetadas pela acumulação de neve, evitar viagens com crianças, idosos ou pessoas com necessidades especiais;
    4. Evitar circular naquelas vias com veículos pesados, em particular articulados, veículos com reboque e veículos de tração traseira;
    5. Que assegurem a desobstrução dos sistemas de escoamento de águas pluviais dos quintais, ou varandas e a limpeza de sarjetas, algerozes e caleiras dos telhados de habitações;
    6. Restringirem os movimentos de veículos e de pessoas apeadas, nas zonas potencialmente afetadas, ao mínimo possível;
    7. Não estacionarem em zonas com histórico de inundações ou bloqueadas pela neve;
    8. Não atravessar zonas inundadas, de modo a precaver o arrastamento de pessoas ou viaturas para buracos no pavimento ou caixas de esgoto abertas;
    9. Estar atento às informações da meteorologia e às indicações da Proteção Civil e Forças de Segurança


A ANEPC apela para a necessidade de cumprimento dos conselhos que constam deste comunicado técnico, solicitando a todos que adotem e difundam as medidas preventivas divulgadas, com vista à mitigação dos riscos descritos, garantindo desta forma a salvaguardar e a proteção dos cidadãos e dos seus bens.

 

 Previsões meteorológicas em www.ipma.pt 

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