CASULO DE MALHOA

 

A Ribeira de Alge é a nova casa das primeiras trutas assilvestradas do Projeto CRER

outubro 30, 2024

As primeiras Trutas Assilvestradas, criadas no Posto Aquícola de Campelo, foram libertadas, durante a manhã de 25 de outubro, na Ribeira de Alge, zona de Engenho.

Os espécimes foram criados no âmbito do Projeto “CRER – Adaptação do Posto Aquícola de Campelo para Criação Experimental de Trutas Assilvestradas”. Um projeto-piloto, pioneiro à escala nacional e internacional, sob a responsabilidade do Município de Figueiró dos Vinhos, integrado no ALJIA- Plano de Gestão Integrada da Ribeira de Alge e com apoio técnico e científico do MARE-Centro de Ciências do Mar e do Ambiente e da Universidade de Évora.

O projeto é direcionado para a criação experimental em viveiro de trutas assilvestradas, criadas de forma sustentável em viveiros adaptados, simulando o habitat e comportamento naturais desta espécie, com a introdução de refúgios artificiais, alimentadas com alimento vivo e com o mínimo de contacto humano, para posterior repovoamento de cursos de água onde a espécie ocorra naturalmente, sem comprometer o património genético local, neste caso em particular o repovoamento da Ribeira de Alge. Assim, depois de dois anos de ensaios experimentais para testar os novos equipamentos instalados e avaliar a resposta dos peixes estabulados a estes sistemas, foram libertadas, na Ribeira de Alge, as primeiras trutas-de-rio produzidas de acordo com as novas metodologias de assilvestramento testadas neste projeto.

As trutas agora libertadas foram, devidamente, marcadas com um chip de modo a serem monitorizadas ao longo da sua vida, cuja probabilidade de sobrevivência se prevê ser maior, pelo facto de serem criadas em condições mais próximas daquelas que vão encontrar na natureza, contribuindo, por isso, efetivamente para o crescimento da população selvagem.

Segundo Carlos Alexandre, Investigador do MARE e da Universidade de Évora, e um dos responsáveis pela componente técnica e científica do projeto “durante a produção destas trutas, e porque ainda estávamos a otimizar o funcionamento dos equipamentos, ainda tivemos alguma mortalidade durante todo o processo e por isso não conseguimos produzir e libertar um número elevado de animais. Neste primeiro ano foram libertadas menos de 100 trutas, mas estes animais têm uma probabilidade maior de sobreviver devido ao modo diferenciado como foram produzidos”. Ainda segundo este investigador “a maior parte dos problemas que levaram a esta mortalidade elevada já foram resolvidos, pelo que se espera que o número de trutas libertadas no próximo outono já seja, significativamente, mais elevado”. Carlos Alexandre frisa, ainda, que este projeto integra uma abordagem inovadora dos programas de produção de trutas para repovoamento, uma vez que “estamos a produzir trutas com comportamentos mais próximos dos indivíduos selvagens. Esta abordagem terá efeitos positivos na recuperação dos efetivos destas populações, mas também na promoção da pesca recreativa dirigida a esta espécie, sobretudo numa perspetiva de pesca sem morte”.

O CRER – Adaptação do Posto Aquícola de Campelo, iniciado em 2020 sob a responsabilidade do Município de Figueiró dos Vinhos, aprovado e financiado pelo Programa Operacional MAR2020, no âmbito do programa ‘Apoio ao Desenvolvimento Sustentável da Aquicultura nos Domínios da Inovação e dos Investimentos Produtivos’, além de estar centrado na criação de trutas assilvestradas, também pretende transformar o Posto Aquícola de Campelo num dos futuros pontos de turismo integrado, constituindo, deste modo, um grande passo no âmbito do desenvolvimento sustentável de Figueiró dos Vinhos.

 

Libertacao Trutas CRER 25 10 2024

 

 

Edifício associado à estadia do pintor José Malhoa em Figueiró dos Vinhos e onde faleceu em 26 de Outubro de 1933.
Atraído pelo convite do seu antigo mestre José Simões de Almeida Júnior (tio), José Vital Malhoa chegou Figueiró dos Vinhos por volta de 1883 e encantou-se pelos horizontes longínquos, as serranias, a cor dos campos e costumes, descobriu modelos para as suas pinturas e motivos para o seu projeto artístico. Aqui mandou construir esta casa, cuja planta é composta por dois corpos retangulares articulados em “T”. O corpo mais baixo, originalmente de um só piso corresponde à pequena casa térrea inicial que Malhoa ali mandou construir, possivelmente no ano de 1895.
Mais tarde, em 1898, sob traçado de Luiz Ernesto Reynaud, foi acrescentado um novo corpo, transformando-a numa verdadeira casa, onde a primitiva pequena casa é transformada no atelier de trabalho do Pintor, recebendo uma grande claraboia de ferro e vidro sobre a cobertura, há muito já desaparecida Destaca-se, no seu interior, a pequena sala de jantar aberta para a varanda alpendrada, onde as paredes são revestidas a pergamóide, imitando couro lavrado e as duas sobre-portas exibem frisos floridos em tela pintada a óleo, originais do pintor António Ramalho Júnior. A mesa de jantar e possivelmente o candeeiro da sala serão ainda peças sobreviventes do tempo do Pintor. O teto, em madeira, apresenta uns pequenos nichos que teriam pequenas obras de pintores amigos de Malhoa, entretanto desaparecidas.
Após a reabilitação de 1985, os nichos foram preenchidos com novas obras, produzidas e oferecidas por professores e alunos da Escola de Belas Artes de Lisboa. No jardim existe ainda o antigo caramanchão e um banco, ambos em ferro e contemporâneos do Pintor, e um lago ao gosto da época.

 

 

“O Casulo” de Malhoa é também o ponto de partida do percurso “Uma Volta à Vila, à Volta dos Quatro Artistas”.

Aqui poderá visitar uma exposição*, enriquecida com alguns objetos pessoais deste artista, que lhe permite ficar a saber mais sobre a casa e que revisita a vinda para Figueiró dos Vinhos de José Malhoa (1855-1933) e Henrique Pinto (1853-1912), dois pintores do Grupo do Leão, aqui trazidos a convite do Mestre e amigo José Simões d´Almeida Júnior (1844-1926), nascido em Figueiró, tal com o seu sobrinho José Simões d´Almeida (sobrinho) (1880-1950).

Ver o Casulo por fora é observar o resultado de sucessivas alterações que este sofreu na sua adaptação a residência privada após a venda em 1937.

O Busto de José Malhoa, do escultor caldense António Duarte (1912-1998), localizado já fora dos muros do Casulo, é também digno de nota. Originalmente colocado no Jardim Parque em 1956, foi trazido para a sua atual localização três décadas depois.

Solicite a visita no Museu e Centro de Artes.

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