CASULO DE MALHOA

 

Figueiró dos Vinhos recebe o 1º Festival Literário Internacional do Interior

junho 01, 2018

Arte-Via Cooperativa, Artística e Editorial, CRL, é uma instituição sem fins lucrativos, fundada em 1999, na Lousã, que atua local, regional e nacionalmente com o intuito de promover o desenvolvimento cultural e colmatar, deste modo, as desigualdades sociais, económicas e de género. A instituição é composta exclusivamente por voluntários e intervém, sobretudo, ao nível das artes e letras, através de um programa de formação informal e participando, igualmente, como parceiro ou organizador em diversos projetos europeus, como o antigo Programa de Aprendizagem ao Longo da Vida ou o atual Erasmus+.

Neste âmbito, e com o objetivo de homenagear as vítimas dos incêndios florestais ocorridos em 2017, a Arte-Via lança o 1º Festival Literário Internacional do Interior – Palavras de Fogo, que decorrerá entre 15 e 18 de Junho, em onze concelhos do Centro do país (Arganil, Castanheira de Pêra, Figueiró dos Vinhos, Lousã, Miranda do Corvo, Oliveira do Hospital, Pampilhosa da Serra, Pedrógão Grande, Penela, Sertã e Tábua).

O Festival de carácter inovador por ser uma ação intermunicipal, visa, assim, segundo palavras da escritora e presidente da entidade promotora, Ana Filomena Amaral, “levar os livros e os escritores aos sítios mais inesperados e imprevisíveis, como fábricas, campos, praias, locais onde as pessoas trabalham e convivem".

O FLII - Palavras de Fogo, que pretende, ainda, celebrar os 18 anos da cooperativa cultural e os 28 anos da queda do Muro de Berlim, tem como grupo coordenador, Ana Filomena Amaral, Fátima Cabral (professora), Pedro Mexia e José Luís Peixoto (escritores), e envolverá as bibliotecas municipais, redes de bibliotecas escolares, agentes de desenvolvimento e talentos locais dos concelhos envolvidos. Assim, o evento será preenchido com palestras, concursos, ‘workshops’, leituras, feiras do livro, espetáculos, performances musicais e exposições, tendo a participação de diversos escritores nacionais e estrangeiros.

Em Figueiró dos Vinhos, o Festival poderá contar com as intervenções e conversas de Luís Sepúlveda (Literatura), Mempo Giardinellie (Literatura/Jornalismo), Manuel Pedroso Marques (Literatura/Administração e Presidência de Meios de Comunicação), Pedro Mexia (Poesia/Crítica Literária), Sibila Serdarevic (Editora Fraktura); as Leituras de Júlia Wong (Poesia) e Jorge Reis-Sá (Poesia); as apresentações dos livros “Subsídios para a História do Xadrez em Portugal” de Daniel Gonçalves Quintã (Federado em Xadrez), “Todos os Caminhos” de Clara Pinto Correia e “Só Acontece aos Outros” de Maria Antónia Palla (Jornalismo); e ainda o Workshop de Escrita Criativa com Rosário Alçada Araújo (Literatura Infantil), o qual está sujeito a inscrição antecipada.

Além destas ações, o evento no município figueiroense será adornado, igualmente, com os momentos musicais de Nuno Sá, da Orquestra Consequência e da Filarmónica Figueiroense; haverá, também, um Foto Paper na Vila, a cargo de Sónia Henriques (sujeito a inscrição); uma Caminhada Solidária organizada pelo CLDS 3G – Agir Sempre; e a exibição do filme “A rapariga que roubava livros” na Biblioteca Municipal Simões de Almeida Tio. O comércio local estará, similarmente, envolvido através da decoração de montras alusivas à temática do Festival, algo que será, identicamente, observado com a mostra de Arte Urbana patente em toda a vila, promovida pelo CLDS 3G – Agir Sempre e a cargo de Marina Prior.

O programa do FLII – Palavras de Fogo, cuja a abertura e encerramento oficiais decorrerão, respetivamente, nos concelhos de Castanheira de Pêra e Oliveira do Hospital, inclui, ainda, a inauguração de uma residência de escritores no concelho da Castanheira de Pêra, que tem já o apoio de várias residências congéneres nacionais e internacionais.

Com o patrocínio da Presidência da República, segundo Ana Filomena Amaral, a organização pretende dar continuidade ao projeto e realizá-lo anualmente, seguindo uma lógica de envolvimento sinergético dos recursos da região do interior centro, permitindo, então, rentabilizá-los e potenciá-los “num esforço conjunto de superar as adversidades…e onde os livros e as palavras farão novamente renascer a cor por entre o negrume”.

Edifício associado à estadia do pintor José Malhoa em Figueiró dos Vinhos e onde faleceu em 26 de Outubro de 1933.
Atraído pelo convite do seu antigo mestre José Simões de Almeida Júnior (tio), José Vital Malhoa chegou Figueiró dos Vinhos por volta de 1883 e encantou-se pelos horizontes longínquos, as serranias, a cor dos campos e costumes, descobriu modelos para as suas pinturas e motivos para o seu projeto artístico. Aqui mandou construir esta casa, cuja planta é composta por dois corpos retangulares articulados em “T”. O corpo mais baixo, originalmente de um só piso corresponde à pequena casa térrea inicial que Malhoa ali mandou construir, possivelmente no ano de 1895.
Mais tarde, em 1898, sob traçado de Luiz Ernesto Reynaud, foi acrescentado um novo corpo, transformando-a numa verdadeira casa, onde a primitiva pequena casa é transformada no atelier de trabalho do Pintor, recebendo uma grande claraboia de ferro e vidro sobre a cobertura, há muito já desaparecida Destaca-se, no seu interior, a pequena sala de jantar aberta para a varanda alpendrada, onde as paredes são revestidas a pergamóide, imitando couro lavrado e as duas sobre-portas exibem frisos floridos em tela pintada a óleo, originais do pintor António Ramalho Júnior. A mesa de jantar e possivelmente o candeeiro da sala serão ainda peças sobreviventes do tempo do Pintor. O teto, em madeira, apresenta uns pequenos nichos que teriam pequenas obras de pintores amigos de Malhoa, entretanto desaparecidas.
Após a reabilitação de 1985, os nichos foram preenchidos com novas obras, produzidas e oferecidas por professores e alunos da Escola de Belas Artes de Lisboa. No jardim existe ainda o antigo caramanchão e um banco, ambos em ferro e contemporâneos do Pintor, e um lago ao gosto da época.

 

 

“O Casulo” de Malhoa é também o ponto de partida do percurso “Uma Volta à Vila, à Volta dos Quatro Artistas”.

Aqui poderá visitar uma exposição*, enriquecida com alguns objetos pessoais deste artista, que lhe permite ficar a saber mais sobre a casa e que revisita a vinda para Figueiró dos Vinhos de José Malhoa (1855-1933) e Henrique Pinto (1853-1912), dois pintores do Grupo do Leão, aqui trazidos a convite do Mestre e amigo José Simões d´Almeida Júnior (1844-1926), nascido em Figueiró, tal com o seu sobrinho José Simões d´Almeida (sobrinho) (1880-1950).

Ver o Casulo por fora é observar o resultado de sucessivas alterações que este sofreu na sua adaptação a residência privada após a venda em 1937.

O Busto de José Malhoa, do escultor caldense António Duarte (1912-1998), localizado já fora dos muros do Casulo, é também digno de nota. Originalmente colocado no Jardim Parque em 1956, foi trazido para a sua atual localização três décadas depois.

Solicite a visita no Museu e Centro de Artes.

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